Nos últimos anos, o setor de comércio eletrônico se desenvolveu a um ritmo acelerado no Brasil. Ainda atrás de mercados já consolidados no e-commerce, como China, Japão ou Reino Unido, o comércio online brasileiro encurta as distâncias a cada ano, com taxa de crescimento anual na casa dos dois dígitos e a abertura constante de novos negócios online.
Um estudo do SEBRAE identificou que mais da metade das lojas online do Brasil, 58%, iniciaram as operações após 2013. A pesquisa também revela que praticamente uma quarta parte destas lojas, 23%, foram inauguradas em 2015.
O recente boom na abertura de sites de e-commerce fez com que no ano passado houvesse um crescimento de 21% no número de URLs de lojas online, que representam 3,54% dos domínios brasileiros, em comparação com os 2,65% do ano anterior, segundo a BigData Corp.
Com o avanço do e-commerce, evoluem também as soluções desenvolvidas para o segmento. As plataformas de e-commerce que permitem aos comerciantes criarem facilmente uma loja online são parte desta evolução. O estudo do SEBRAE identificou que 45% dos sites de e-commerce no Brasil utilizam uma plataforma de e-commerce alugada, como VTEX, Shopify, WooCommerce ou Magento.
Outros 38% utilizam um sistema próprio, 14% fazem uso de uma plataforma gratuita e 13% vendem via app. Na hora de integrar soluções à loja online, como os métodos de pagamento, o tipo de plataforma utilizada será essencial para a escolha da forma de integração.
No caso específico dos métodos de pagamento, cruciais para a concretização das vendas, as formas mais habituais de integração são via API, iFrame ou extensões específicas para a plataforma de e-commerce alugada. Veja abaixo a diferenciação entre elas, bem como os prós e contras de cada uma.
Opções para a integração de pagamentos em um e-commerce
API
Esta forma de integração é usada principalmente para lojas com sistema próprio e aplicativos móveis. De todas formas, dependendo das restrições das plataformas alugadas, também pode ser possível integrar via API.
Talvez você se pergunte o que é uma API. A API, sigla do inglês Application Programming Interface, é um conjunto específico de códigos e especificações que facilitam a interação entre dois programas distintos. Ou seja, graças à API diferentes programas podem comunicar-se entre si.
iFrame
Também comumente utilizado para integração em plataformas próprias ou apps, o iFrame é uma alternativa para os comerciantes que preferem que os dados dos pagamentos não passem pelo seu sistema. Também é a forma de integração usada para pagamentos com cartão de crédito quando uma loja online não possui um certificado de cumprimento dos requisitos PCI DSS.
A palavra iFrame é uma abreviação de “inline frame”. Trata-se de um elemento HTML incorporado em outro HTML. Este código pode ser inserido em qualquer parte dentro do layout de um site e seu principal uso é a inserção de conteúdo de fontes externas em uma página.
Cabe destacar que, dependendo do iFrame disponibilizado pelo provedor de serviços de pagamento, o mesmo somente integra à página o back-end do processador. O front-end, ou seja, a parte estética, pode ser completamente personalizável.
Extensões
As extensões são a forma de integração mais popular entre os comerciantes que utilizam plataformas de terceiros. Também chamadas de plug-ins, as extensões são pequenos componentes de um software que permitem adicionar ou ampliar os recursos de um determinado programa, possibilitando a personalização do mesmo.
No caso específico nos meios de pagamento, as extensões permitem adicionar este serviço à plataforma de e-commerce e integrá-lo ao checkout da loja.
Prós e contras de cada forma de integração
Integração | Prós | Contras |
API | * Oferece mais flexibilidade na hora de realizar a integração* Dá ao lojista mais controle sobre o fluxo de pagamento * Acesso à recursos próprios da API | * Exige conhecimentos técnicos para fazer a integração* Obrigatoriedade do cumprimento dos requisitos PCI para processar pagamentos com cartões de crédito e de débito |
iFrame | * Exclui a obrigatoriedade de contar com o certificado PCI* Oferece ao lojista controle sobre o fluxo de pagamento | * Oferece uma integração mais engessada e menos flexível* Exige conhecimentos técnicos para fazer a integração |
Extensions | * Oferecem uma integração fácil e simples* Não exige conhecimentos técnicos para fazer a integração | * Apresenta limitações para que o lojista possa definir o fluxo de pagamento* Apresenta funcionalidades limitadas |
Verificação dos serviços disponíveis em cada integração
De forma geral, a integração via API sempre será a que oferecerá acesso ilimitado a todos os serviços do provedor de serviços de pagamentos. O iFrame não é muito diferente da API, mas seu uso não é necessário para pagamentos com meios alternativos, como o boleto bancário. Já as opções disponíveis nas extensões podem variar seja por limitações do provedor, seja da própria plataforma de e-commerce.
A PagBrasil, plataforma online de serviços de pagamento, por exemplo, oferece uma ampla lista de meios de pagamentos e serviços adicionais que estão disponíveis para API e iFrame, mas nem todos eles podem ser utilizados nas suas extensões para VTEX, Magento, WooCommerce, Shopify, OpenCart, Shopware e Drupal.
Há alguns serviços relacionados com pagamento que todo comerciante deve avaliar se precisa ou não. Por isso, na hora de escolher a plataforma a ser utilizada, assim como a forma de integração dos métodos de pagamento na plataforma escolhida, se recomenda que o lojista faça uma lista do que pretende oferecer aos seus consumidores:
- Métodos de pagamento: cartão de crédito, cartão de débito, boleto bancário, transferência bancária online, etc.
- Pagamento parcelado e número de parcelas
- Pagamentos recorrentes
- Prevenção de fraude
- Envios de e-mails de confirmação e lembrete
Estas são somente algumas das opções e certamente cada negócio online terá suas próprias necessidades específicas que serão fundamentais para fazer a escolha.
De todas formas, cabe destacar que dos serviços mencionados acima, todos costumam estar disponíveis para a integração via API, com tal de que o provedor de pagamento ofereça tais opções.
Já na integração mediante o uso de extensões, alguns serviços podem ou não estar incluídos dependendo do que o desenvolvedor tenha decidido incluir no plug-in ou o que a plataforma de e-commerce permite incluir.
Fonte: ecommercebrasil.com.br